CIO: o novo papel do gestor tecnológico

Já não se pode pensar no CIO (do inglês, Chief Information Office) como um diretor de informática, responsável apenas por administração de recursos. Com a transformação digital, os gestores de tecnologia se tornaram figuras estratégicas dentro das organizações. Embora siga encarregado de hardwares e softwares, hoje o CIO é um dos principais executivos de qualquer negócio inovador.

Se antes as tarefas da área de tecnologia da informação diziam respeito a infraestrutura da empresa, hoje envolvem desafios estratégicos. O novo CIO precisa buscar constantemente a excelência operacional e pode até reinventar o negócio a partir dos avanços tecnológicos. Além disso, com o Big Data, gerir a informação passou a ser ação nevrálgica de sucesso ou fracasso nas iniciativas.

Assim, o executivo que assume como CIO de uma organização deve estar preparado para essa nova forma de gestão. É fundamental que esteja alinhado os demais cargos estratégicos da empresa, que seja hábil na gestão de pessoas e, especialmente, que compreenda de forma profunda o negócio, o mercado e sua relação com a tecnologia. Essas competências requerem capacitação e atualização constantes, além do desenvolvimento de aptidões interpessoais que antes não eram exigidas.

Com as radicais mudanças tecnológicas em desenvolvimento, o papel do CIO deve continuar se transformando na próxima década. No entanto, alguns aspectos já estão consolidados na atuação desse líder e diferenciam aqueles que querem se destacar. Conheça a seguir algumas das características desse novo gestor.

Seis peculiaridades do novo CIO

Perfil estratégico e inovador, integrado ao negócio na agregação de valor, com foco em pessoas, cultura e eficiência: assim pode ser definido o novo papel do CIO.

1. Seja um CIO mais estratégico do que técnico

Evidentemente, as empresas precisam de profissionais de perfil técnico, que sejam experts em suas áreas de atuação. Essa, no entanto, não é habilidade mais valorizada em um CIO, pois pode ser delegada a outro nível de gestão. O novo líder precisa enxergar o negócio de forma global, percebendo impactos, riscos e oportunidades. É necessário que esteja integrado ao planejamento estratégico da organização, tanto em sua elaboração quanto em seu acompanhamento. Para tanto, deve ser um profissional atento ao mercado, e é fundamental que tenha capacidade de inovação. Se um gestor financeiro ou operacional pode ter gênio mais conservador, o CIO em geral não conta com essa prerrogativa.

2. O CIO deve agregar valor

Os aspectos comerciais são ponto-chave de qualquer empresa. O CIO pode e deve colaborar nesse sentido, agindo de forma integrada na criação de novos negócios. A adesão ao blockchain, por exemplo, passa por sua mesa. Já a gestão da informação envolve as áreas comercial e de marketing, mas depende essencialmente da tecnologia. A efetividade do trabalho de business intelligence será proporcional à interação entre todas as áreas. O CIO também deve estar atento a como as novas tecnologias podem gerar receita. Em alguns casos, são responsáveis mesmo por transformar o negócio de acordo com aquilo que agrega valor para o cliente.

O novo CIO deve agregar valor ao negócio.

4. Valorize o fator humano

O mercado de TI pode ser extremamente competitivo, e valorizar os melhores profissionais é fundamental para garantir êxito nas ações. Nesse caso, mire mais em qualidade que em quantidade de recursos humanos. Além disso, o CIO é o líder que vai direcionar os esforços da equipe. Isso vale tanto para o direcionamento das atividades – qual a linha de atuação? quais as prioridades estratégicas? como manter o foco nas melhorias? –, quanto para manter a motivação. Lembre-se que, em um campo tão valorizado, perder um membro da equipe custa muito caro. Invista em reconhecimento e comunicação para manter seus colaboradores com a melhor performance no dia a dia.

6. Integre-se aos outros executivos C-Level

Como já dissemos, a interação do CIO com o CMO é essencial na gestão de dados. Além disso, a integração do gestor de tecnologia com outros exectuvos C-Level é fator crítico na estratégia. Desde o CFO, que garante os investimento na área, até o CPO, que vai oferecer os benefícios adequados para a manutenção de pessoal, todo o grupo de líderes precisa atuar em conjunto para garantir a eficiência e os bons resultados da empresa. O CIO precisa ter habilidade para agir de forma global, realizando projetos em comum. Dependendo do perfil da organização, o responsável por tecnologia será o braço direito do CEO. Em empresas de maior porte, o CIO também irá compartilhar diretamente suas atividades com outros dois executivos: o CDO (Chief Data Officer) e o CISO (Chief Information Security Officer).

5. Cultura da empresa influencia ação do CIO

O CIO pode ser excelente – se a cultura organizacional não estiver preparada para a mudança, os esforços serão em vão. Como já dissemos aqui, qualquer liderança precisa estar atenta à atualização tecnológica tanto quanto à cultura de suas equipes. Essa questão se torna ainda mais crítica em tempos de transformação digital. É preciso que o CIO tenha em mente o impacto que qualquer mudança terá nas equipes. Também é preciso compreender qual a preparação necessária para implantar novas ferramentas ou modelos de atuação. Ótimas ideias e intenções (e altos orçamentos!) se perderam por não encontrarem alinhamento na cultura da empresa.

6. Não perca de vista a excelência operacional

Em seu papel tradicional, o CIO é um dos principais atores da excelência operacional, otimizando recursos e processos. A transformação digital lhe oferece novas perspectivas e desafios, mas não muda sua responsabilidade na busca da eficiência. A melhoria contínua deve andar de mãos dadas com a inovação para que qualquer desempenho seja sustentável. Os investimentos realizados devem seguir a cartilha de otimização de recursos, mesmo quando se dirijam a ações disruptivas.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagens: Mhouge e Gerd Altmann/Pixabay