Estratégia Lean: conceitos fundamentais

Estratégia Lean na prática: foco e agilidade

O sistema Lean é uma metodologia destinada a promover a melhoria contínua em toda a empresa. Após o alinhamento dos objetivos corporativos, é hora de desenvolver a estratégia Lean. Muitas empresas se perdem nesse ponto da trajetória. Por onde começar? Quais passos seguir para que os objetivos sejam alcançados? Quais as mudanças prioritárias?

Planos bonitos no papel não se materializam sem um bom roteiro das atividades práticas. Os objetivos e metas da empresa podem ser desenhados e monitorados pelo Hoshin Kanri. Para que tudo funcione, é importante ter foco nos pontos que são essenciais à estratégia Lean. Como já dissemos aqui no Excelência em Pauta, o Lean pode falhar. Tudo depende de sua correta implementação, considerando os aspectos críticos para o seu funcionamento.

A seguir, sugerimos um roteiro para a efetivação da estratégia Lean, baseado nas atividades cruciais para obter resultados com essa metodologia.

Seis atitudes essenciais para a estratégia Lean

Existem alguns pontos básicos para a estratégia Lean, conceitos sobre os quais está ancorada a metodologia. Qualidade, fluxo contínuo, processos estáveis, sistema puxado, nivelamento de demanda e Kaizen formam um conjunto de atitudes essenciais. Assim, seguir esse roteiro pode garantir a efetivação do Lean, de maneira focada e estruturada.

1. Resolva os problemas de qualidade e desperdício

Alguns fatores produzem instabilidade no fluxo de produção, e falhas costumam ser um dos principais obstáculos. A associação com a metodologia Seis Sigma é a melhor saída para evitar esse problema. A ferramenta se baseia em estatística para aperfeiçoar os processos organizacionais e reduzir defeitos. Com ela, diminui-se a variabilidade das entregas de um negócio, reduzindo custos e maximizando lucros. As falhas prejudicam o processo padrão e desconcentram os esforços da empresa.

Desperdícios de recursos e de tempo também podem ser minimizados com o Lean Seis Sigma. Atividades desnecessárias, insumos desajustados à demanda e equívocos nas escalas de pessoal são exemplos de desperdícios comuns nas organizações. Para evitar situações assim, é preciso conhecer bem o cliente e suas necessidades, enxugando a produção.

2. Agilize o fluxo utilizando células de produção

As células de produção favorecem o fluxo contínuo, evitando variações. Melhoram o fluxo de materiais, garantem melhor aproveitamento da equipe de trabalho e facilitam a identificação de falhas. As células em forma de U proporcionam uma sequência completa de processamento, combinando diferentes tarefas sem grandes deslocamentos. Processadas em unidades ou pequenos lotes, as peças ganham mais atenção do operador, o que favorece a qualidade do produto.

Vale lembrar que não basta colocar mesas e equipamentos em forma de U para que o processo seja eficiente. É preciso que fluxo seja inteligente, com balanceamento das tarefas e abastecimento nivelado. A palavra-chave é harmonia: ritmo constante, operação equilibrada e possibilidade de monitoramento.

Estratégia Lean contempla qualidade, fluxo contínuo e processos estáveis

3. Padronize e estabilize processos

A padronização é a base da estratégia Lean. Após serem mapeados, os processos da empresa são padronizados de forma a serem conhecidos e executados sem erro. Essa uniformização deve ser registrada em instruções de trabalho, para que possam ser rapidamente compreendida pelas equipes. Fatores como tempo e recursos necessários também devem ser documentados. Parâmetros auxiliam a determinar a eficiência de cada atividade.

Com a padronização correta, alcança-se também a estabilidade. Aspectos como manutenção de equipamentos, adequação de pessoal e controle de demanda também são fundamentais para garantir estabilidade nos processos. Ela vai garantir que, ao aprofundar-se a estratégia Lean, os avanços alcançados sejam mantidos.

4. Ative o sistema puxado

O sistema puxado (Just in Time) é uma das disrupções da estratégia Lean. Por meio dele, reduz-se drasticamente o desperdício de materiais, pois o abastecimento ocorre a partir da demanda de entrega. Ou seja, nenhum insumo é carregado sem que haja pedido do cliente.

Para empresas que atuam no sistema “empurrado” (ou seja, produção empurra venda) pode ser difícil adaptar-se a esse modelo de início. Mas são diversas as vantagens de produzir somente o necessário, no volume e momento necessário. Para isso, é preciso que a organização conheça bem seus processos, seu mercado e seus clientes. Com a prática e o uso correto das ferramentas de apoio (como o Kanban), a adequação ao sistema puxado se dá gradualmente.

5. Nivele a produção

Os sistemas tradicionais de produção industrial nos ensinaram que produzir sequencialmente grandes quantidades aumentava a produtividade do negócio. A estratégia Lean trabalha com outra lógica: reduzir os lotes de produção e aumentar as entregas. Esse modelo é chamado de Heijunka, o nivelamento da produção, atendendo à flutuação da demanda.

Com essa técnica, a produção é flexibilizada para gerar pequenos lotes com características específicas em período determinado. Além de evitar estoques, ajuda a suprir a demanda em prazos menores e favorece o sistema puxado.

6. Pratique o Kaizen diariamente

A melhoria contínua só se consolida em uma empresa a partir do engajamento de todos os níveis hierárquicos. É preciso, também, tornar o processo instintivo, natural, automático, ou seja, integrá-lo à cultura organizacional. A prática do Kaizen diário favorece essa incorporação, na medida em que se transforma em um hábito de todos os colaboradores.

Entre as rotinas do Kaizen diário estão o monitoramento de padrões e indicadores de produção e qualidade, bem como a identificação de soluções e melhorias. Essas práticas devem ser parte da rotina de todas as equipes e incentivadas pela liderança. Promovem maior alinhamento na organização e a resolução rápida de obstáculos, enraizando a melhoria contínua na organização.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagem: Designed by Freepik

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