Lean e Seis Sigma são complementares e sinérgicos

Por que Lean e Seis Sigma se complementam?

Com diferentes origens, Lean e Seis Sigma acabaram formando uma dupla de muito sucesso na busca pela excelência operacional. As duas metodologias congregam qualidades que maximizam a eficiência e aumentam a rentabilidade. E isso não acontece somente na indústria, onde ambas foram gestadas. Lean e Seis Sigma hoje estão presentes também no setor de serviços, no governo e até mesmo no campo.

O Lean surgiu no Japão, na indústria automobilística, nos anos 1950. O Seis Sigma foi desenvolvido na Motorola, nos Estados Unidos, mais de três décadas depois. Por que então estas duas metodologias se uniram? Lean e Six Sigma são complementares por que, embora diferentes, atuam em um mesmo sentido. Baseadas naquilo que gera valor para o cliente, avaliam e organizam os processos da empresa, reduzindo fatores que ocasionam custo.

Atuando em conjunto, estão apoiadas em um tripé:

  • Ferramentas específicas: a aplicação de Lean e Seis Sigma pressupõe o uso de diferentes instrumentos e técnicas analíticas para identificar e resolver problemas na produção.
  • Processos definidos: uma estrutura de “passos a seguir” norteia como as metodologias serão aplicadas.
  • Cultura organizacional: a mentalidade da organização é tão importante para o Lean, que ele pode ser classificado como uma filosofia. Também no Seis Sigma a adequação da cultura da empresa é preponderante para obter resultados.

Quais são as diferenças entre Lean e Seis Sigma

O Lean trabalha primordialmente com a ideia de redução de desperdício. Perdas de materiais, etapas desnecessárias no processo, retrabalho, sobrecarga. Assim, todos esses aspectos constituem desperdícios que podem ser sanados a partir de uma análise Lean. Para isso, são usadas diferentes ferramentas.

Por outro lado, o Seis Sigma está enfocado em variação e desvio – em reduzi-los, na verdade. Com a utilização de técnicas analíticas e muita estatística, busca-se eliminar variações que acabam levando a falhas. Dessa forma, uma produção irregular tira do eixo qualquer sistema, ocasionando… desperdícios! (e aí entra o Lean).

As diferenças entre Lean e Seis Sigma trazem uma gama de ferramentas analíticas e opções de soluções que otimizam processos. Essas diferenças não criam conflito, apenas oferecem diferentes trajetórias, compatíveis, para resolver um problema. O Seis Sigma está baseado em estatística, em avaliações numéricas. Por outro lado, o Lean usa mais instrumentos visuais para buscar soluções apoiadas em dados.

Também há diferentes tipos de documentação para cada uma das abordagens. Enquanto o Lean trabalha com um mapa de fluxo de valor (e fluxos de trabalho), o Seis Sigma é documentado com alterações nos procedimentos e no plano de controle do processo. Por seu caráter estatístico, o Seis Sigma mais frequentemente leva a alterações nas formas de medição.

O perfil matemático do Seis Sigma muitas vezes assusta na implantação – o Lean é aparentemente mais “amigável”. No entanto, com o domínio das ferramentas, ambas as abordagens podem ser de fácil execução, bastando contar com o suporte correto para implementação.

Lean e Seis Sigma são complementares e sinérgicos

Quais são as semelhanças entre Lean e Seis Sigma

As duas metodologias são tão complementares que naturalmente passaram a ser adotadas em conjunto pelo mercado. Seu uso conjugado tira proveito dessa sinergia, dando conta de aspectos que às vezes passam despercebidos em outras soluções de gestão. As semelhanças fazem com que seu uso simultâneo funcione perfeitamente, multiplicando resultados.

Para Lean e Seis Sigma, a definição de valor é apoiada na experiência do cliente. Apesar de criadas para o chão de fábrica, as duas abordagens ganharam espaço no administrativo. Daí foi preciso pouco para que se disseminassem também em outros setores, como comércio e serviços. São usadas visando processos voltados tanto para clientes internos quanto externos.

Seu funcionamento metodológico também se assemelha: ambos usam uma abordagem de mapeamento de fluxo para entender os processos. Ainda no que tange à metodologia, sua forma de aplicação engloba equipes multifuncionais. Valorizam os dados, os quais servem para diagnóstico e são usados ainda para apontar indicadores relevantes. Nesse sentido, uma sinergia profunda: dados coletados em um projeto Lean Seis Sigma, por exemplo, também servem ​​para a análise Lean. Assim, de maneira harmônica, os resultados se tornam mais seguros e confiáveis.

Finalmente, são abordagens voltadas a encontrar as reais causas e consequências de um problema. Tanto Lean quanto Seis Sigma, por suas peculiariedades, trabalham com causas raízes. Bem como o “antes”, estão de olho no “depois”: o C, de controlar, do DMAIC é um bom exemplo disso.

Por que usar Lean e Seis Sigma

  • Para reduzir falhas e desperdícios, aumentando a qualidade do produto, serviço ou processo e oferecendo mais valor para o cliente.
  • Para encontrar as raízes dos problemas existentes na empresa, de forma rápida e eficaz.
  • Para simplificar processos. Não é à toa que Lean significa “enxuto”. Se não há desperdício e não há variação, a estrutura se torna mais leve e fácil de controlar.
  • Para garantir que as melhorias implementadas sejam mantidas ao longo do tempo.
  • Como resultado de tudo isso, para melhorar a produtividade e a rentabilidade de produtos e serviços.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagens: Designed by Freepik