A integração Lean Six Sigma surgiu há duas décadas com o objetivo de garantir qualidade, economia e satisfação do cliente. A metodologia obteve tanto sucesso que rapidamente ganhou espaço na indústria. Nos últimos anos, disseminou-se por todos os setores econômicos, tornando-se uma referência em excelência operacional. O que fez desse método um consenso em diferentes áreas? Uma mudança cultural e estratégica que leva a resultados sólidos.
Adotamos cotidianamente diferentes ferramentas em nossas empresas objetivando melhorar processos ou superar obstáculos. Cada instrumento é indicado para um fim específico e pode ter seu uso interrompido quando o objetivo é alcançado. A peculiariadade do Lean Seis Sigma (LSS) é que ele muda a perspectiva de funcionamento do negócio. Em um ciclo virtuoso mantido de forma ininterrupta, passa a fazer parte da cultura organizacional.
É assim que o Lean Six Sigma traz resultados não somente em aumento de qualidade, como também em gestão estratégica. Focado no gerenciamento e no pensamento estatístico em diferentes níveis, se destacou por seu impacto também no desempenho do negócio. Se o Lean mira nos fluxos e o Six Sigma mira nas falhas, o alvo atingido é o dos lucros. A ferramenta DMAIC também tem forte caráter estratégico, servindo como inspiração para a ordenação de processos em geral.
Com uma gestão baseada em dados e melhoria contínua, o programa se traduz em benefícios para toda a empresa. Os objetivos e metas estratégicas devem definir a implementação dos projetos a serem desenvolvidos no âmbito do LSS. Confira a seguir características essenciais do Lean Six Sigma e suas possíveis aplicações em diferentes setores.
Entre os benefícios obtidos com o uso do Lean Six Sigma estão:
- Estabelecimento de estratégia com foco no valor para o cliente, pré-requisito na implantação do programa
- Desenvolvimento de fluxos ágeis, que aumentem a velocidade de produção e também a resposta a obstáculos
- Menor variabilidade de produtos e serviços, com a criação de padrões de produção
- Redução de desperdícios em diversos níveis, seja em insumos, tempo ou produção
- Aumento de produtividade em ritmo e adequação de produtos e serviços
- Aumento da qualidade dos produtos e serviços em geral, obtendo maior satisfação do cliente
- Redução de custos, a partir do mapeamento de fluxo de valor e redução de desperdícios
- Aumento de lucros, fruto do aperfeiçoamento geral de todos os processos
Cuidados na implantação do Lean Six Sigma
Para que o Lean Six Sigma realmente se traduza em estratégia, é preciso dar atenção a alguns aspectos em sua implantação:
- As diretrizes do programa devem ser definidas a partir da estratégia da empresa, numa lógica top-down.
- Lean e Six Sigma precisam estar corretamente integrados. Se a empresa já adotava anteriormente uma das duas metodologias, certifique-se de que os profissionais compreenderam e estão aplicando também a nova estratégia.
- Tenha clareza de que os resultados são de médio e longo prazo. Reforçar esse aspecto no envolvimento e motivação dos profissionais envolvidos.
- Cuidado na definição dos projetos! Eles devem ser desdobramentos da estratégia da empresa. Seu nível de complexidade deve ser avaliado: inicie com projetos mais simples, mas que tragam resultados efetivos.
- A formação dos belts deve ser criteriosa para que a metodologia seja aplicada corretamente. Suas atividades dentro Lean Six Sigma devem contar com carga horária de trabalho adequada.
- Os gestores/champions devem ser os principais elos entre os projetos e a estratégia da empresa. Assim, poderão garantir que os resultados obtidos atendam às expectativas do negócio.
- O Lean Six Sigma depende de uma efetiva mudança de cultura, e esse movimento deve ser capitaneado pelos líderes da organização.
Lean Six Sigma na indústria
Como ambas as metodologias surgiram e se integraram na indústria, é nesse setor que se encontram mais avançadas. Qualidade e produtividade são elementos fundamentais para que a produção industrial obtenha lucro, uma vez que falhas e atrasos comprometem a lógica de funcionamento do setor.
A padronização de fluxos e a redução da variabilidade proporcionadas pelo Lean Six Sigma encontram alguns de seus melhores cases na indústria. Da Toyota à GE, grandes players mundiais são exemplos do êxito da metodologia. A produção em grandes volumes oferece resultados mais visíveis no curto prazo – mas lembre-se de que o LSS também pode ser aplicado em indústrias de médio e pequeno porte.
Lean Six Sigma em serviços
O Lean Six Sigma já ganhou reconhecimento no setor de serviços, especialmente nas áreas de saúde, hotelaria, logística e finanças. Neste segmento, a relação com o cliente deve ser um dos principais focos de atuação. O contato é próximo e determina a compra – o mapeamento do fluxo de valor adquire ainda mais peso na metodologia.
De outro lado, a produção de serviços não se dá de forma tão padronizada quanto a de peças. Isso faz parecer que a aplicação do Lean Six Sigma não seria adequada para o setor… mas também é o que faz com que ele traga mais benefícios! Se na indústria o funcionamento é mais rígido, em serviços costuma haver mais espaço para a redução de desperdícios. Leia mais sobre Lean Six Sigma no setor de serviços.
Lean Six Sigma no agronegócio
O agronegócio, assim como a indústria, também depende essencialmente de altos níveis de produtividade. Por trabalhar com produtos em geral vivos ou perecíveis, tempo e logística são fatores decisivos para o negócio. Em muitos casos, a grande distância entre gestão e cliente dificultam a correta percepção de quais processos efetivamente agregam valor.
Dessa forma, o Lean Six Sigma tem muito a contribuir no agronegócio, desde o aumento de rendimento dos cultivos até a criação de mecanismos integrados de controle biológico. A metodologia tem sido aplicada na produção de biocombustíveis, e seus modelos estatísticos podem beneficiar vários aspectos da produção agrícola. Leia mais sobre Lean Six Sigma no agronegócio.
Lean Six Sigma no comércio
O comércio apresenta algumas peculiaridades que podem dificultar a implantação do Lean Six Sigma, mas não impedi-lo. Assim, antes de implantar o programa, é preciso ter em conta alguns aspectos para que eles não se tornem obstáculos na trajetória.
Se na indústria a padronização é um atributo essencial mesmo entre diferentes plantas, redes de varejo costumam apresentar lojas diferenciadas e/ou personalidades, de acordo com as características do público local. Grupos supermercadistas, por exemplo, têm hipermercados, lojas de bairro, etc. Além disso, existem as franquias, que para complicar um pouco mais têm diferentes proprietários. Essa característica torna mais lenta a disseminação da estratégia e da cultura, podendo prejudicar a implantação a metodologia.
Outro fator a ser considerado é o das pessoas. Os trabalhadores do comércio costumam ser mais jovens e menos capacitados, e o setor conta com alto índice de rotatividade. O treinamento dos profissionais deve ser bem planejado para garantir efetividade ao processo e evitar desperdícios.
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: Mindandi e Ijeab/Freepik
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.
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