Para que uma empresa de fato obtenha vantagens com business intelligence, é preciso que todos os processos atuem nessa direção. Isso quer dizer que a inteligência de dados deve estar consolidada na cultura organizacional, deve haver uma cultura de BI. Já destacamos que a gestão baseada em dados é uma tendência sem volta, sustentáculo da transformação digital. Nada disso é novidade – no entanto, muitos negócios ainda estão nos primeiros passos desse caminho.
A resistência a mudanças é um dos principais obstáculos para que uma estratégia de business intelligence obtenha êxito. As ferramentas são eficientes, mas ainda é a mão humana que as faz funcionar. São recursos algumas vezes de alto custo e precisam estar integradas a uma cultura de BI. Se as equipes não percebem a informação como um ativo estratégico, as soluções não vão agregar valor ao negócio.
O descrédito em relação ao uso de dados como suporte de decisões pode vir de vários fatores. Há profissionais geniais que acreditam que seus insights são baseados somente em instinto, obviamente um equívoco. Acontece que a mente humana também é extremamente capaz de concatenar informações. Muitas vezes, o que é classificado como “feeling”, não é nada mais do que o cérebro processando informações. De maneira bem parecida à que ocorre em um programa de gerenciamento. Essa característica é uma das bases de formação do conhecimento tácito.
Também há casos de más experiências anteriores com o uso da informação. Dados mal registrados, ferramentas ineficientes ou análise preditiva equivocada. Essas experiências mal sucedidas, especialmente no primeiro contato com a cultura de BI, acabam por minar a confiança do usuário. Se houve investimento alto, então, ainda pior. Empresas e profissionais que se equivocaram no primeiro contato com business intelligence precisam reconhecer o erro – e aprender a superá-lo.
O BICC na criação da cultura de BI
Estar-se atento às tendências é um imperativo para qualquer negócio. Há que se considerar, entretanto, que há empresas em diferentes estágios de evolução. Uma multinacional de tecnologia tem muito mais acesso às tendências que a padaria da esquina. Por outro lado, empresas de grande porte têm mais dificuldade de mudar a cultura interna. Ainda assim, não há empreendimento que não possa e deva se beneficiar dos recursos de gestão cada vez mais disponíveis para obter excelência operacional.
Os Centros de Competência de BI (Business Intelligence Competency Center – BICC) são um exemplo. Ainda que formulados sob a ótica das grandes empresas, com o dimensionamento adequado podem servir de modelo para qualquer negócio. São aplicáveis especialmente em organizações que precisam organizar e difundir a cultura de BI. A ideia dessas estruturas é formar uma força-tarefa que centralize os esforços na área e dê suporte a toda a empresa.
Para avaliar a necessidade de criação de um BICC, é preciso conhecer o estágio de evolução do empreendimento. As atividades da equipe multifuncional vão variar conforme o nível de uso de BI já existente. Estará entre seus objetivos mapear iniciativas e ferramentas, implementar processos, treinar os colaboradores e criar uma cultura de BI forte em todas as áreas do negócio.
Em que estágio está seu negócio?
Quase qualquer empreendimento tem, hoje, alguma atividade de BI, seja via CRM, ERP ou mesmo em projetos de marketing digital. Muitos executivos de vendas operam com planilhas de Excel, setores contábeis têm seus próprios softwares. Se observamos as grandes tendências, essa segmentação é natural e mesmo bem-vinda. Mas, para que ela funcione bem, é preciso uma atitude anterior de orquestração da estratégia de dados. Na formação da cultura de BI, se estabelecem assim três movimentos:
- No primeiro, as empresas fazem gerenciamento de dados setorizados e desconectados, de acordo com o perfil de cada área.
- No segundo, por meio de estruturas como o BICC, centralizam a inteligência de BI, criando uma ação transversal de integração e treinamento.
- Na terceiro, já com a cultura de BI consolidada, as necessidades específicas de cada atividade atuam de forma autônoma, mas, agora, de maneira sinérgica, ampliando ganhos para todos.
Cultura de BI e liderança
O BICC tem a missão de promover o uso efetivo de business intelligence, alinhado à estratégia corporativa. Isso significa que a empresa deve estar, desde a alta liderança, realmente comprometida com o uso de dados. Que precisa querer investir recursos financeiros e esforços em todos os níveis. A equipe do BICC vai servir como alavanca, mas não fará nada sozinha.
A cultura de BI se desenvolveu nos setores de TI e marketing ao longo das últimas duas décadas. Frequentemente é vista por outras áreas como uma “chatice”, mais acúmulo de trabalho, além de dispêndio de recursos. A resistência a mudanças na forma de agir e pensar o negócio é um dos maiores empecilhos para que ela se estabeleça. Por todos esses motivos, o comprometimento da liderança é fundamental para que essa cultura possa ser implementada.
Liderança, aqui, não se trata apenas do presidente da empresa, ou de seus diretores. Gerentes, supervisores, coordenadores, todos precisam ser engajados, treinados e comprometidos com a cultura de dados. Talvez esse seja um dos primeiros desafios da equipe do BICC: conquistar corações e mentes da gestão. Também por isso, o BICC precisa estar localizado em um alto nível hierárquico no organograma organizacional.
Criar uma área do tipo, que valha o investimento e traga resultados sólidos para o negócio, provavelmente vai ocasionar mudanças de políticas, processos e papéis, exigindo um realinhamento da empresa. Portanto, esteja atento: sem o patrocínio da alta liderança, nada disso será possível.
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: Designed by Freepik
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.