A business intelligence é uma estratégia fundamental para organizar o conhecimento em uma empresa, questão mesmo de sobrevivência. Já falamos aqui que, para a criação de Centro de Competência de BI (Business Intelligence Competency Center – BICC), é preciso avaliar em que estágio a organização está, para que a estrutura implantada atenda às necessidades do negócio. Com essa definição, é possível estabelecer quais as funções de BI serão incorporadas às rotinas do BICC.
Várias atividades, no entanto, são comuns a diferentes empresas. Na prática, quem define muitas das funções de BI que serão desenvolvidas é o mercado. Isso pois alguns ferramentais, como Analytics e mineração de dados, se impõem como necessidade para enfrentar a concorrência. É possível que a profundidade de cada ação seja diferente conforme a expertise disponível na organização e as peculiaridades do negócio. Ainda assim, há atributos elementares que podem e devem estar no roteiro de qualquer BICC.
Quais são as funções de BI?
A seguir, apresentaremos algumas funções de BI que fazem parte do “pacote básico”. Se sua empresa ainda não trabalha com algum dos quesitos, não se preocupe: sempre é tempo de começar. Se, por outro lado, todos esses aspectos estão atendidos na sua estrutura de BI, tampouco isso é motivo para descanso. Diariamente várias novidades são introduzidas no campo da business intelligence, fique de olho!
Gestão de BI
Parece ser a mais básicas das atividades, mas muitas empresas não têm clara a importância de orquestrar esse processo. A gestão dos programas e projetos de BI compreende uma visão multidisciplinar que ultrapassa a simples utilização de softwares. O sucesso desse gerenciamento vai depender da equipe ou pessoa escolhida para dar conta da tarefa. Assim, é fundamental dar atenção ao time de business intelligence da empresa. Lembre-se: os dados contêm as respostas, mas é preciso saber quais são as perguntas. Uma gestão centralizada de BI também oferece mais garantia de sucesso nos projetos implantados.
Desenvolvimento de aplicações
Diversas abordagens constituem o campo da business intelligence. Dos pequenos processos às arquiteturas complexas, o desenvolvimento das aplicações precisa ter conexão com a estratégia do negócio. Relatórios e dashboards serão efetivamente úteis somente se atenderem às necessidades dos usuários, e essas características variam entre as empresas. Com sistemas cada vez mais horizontais, que dão autonomia aos usuários, o desenvolvimento das aplicações deve mirar nos objetivos e propriedades de cada negócio.
Garantia da qualidade dos dados
De forma mais ou menos formal, toda empresa faz uso de dados gerados em suas atividades. Esse uso, no entanto, não está necessariamente alicerçado em informações de qualidade. A gigantesca quantidade de dados hoje disponíveis ajuda a confundir os usuários. Informações captadas de forma massiva podem ter sua utilidade, mas nem sempre geram conhecimento. Por isso, é preciso manter a garantia de qualidade dos dados, que inclui coleta adequada, eliminação de ambiguidades, armazenamento seguro. Esse processo de excelência deve se refletir também na tradução das informações, ou seja, nos sistemas de interpretação usados pelo negócio.
Gerenciamento de metadados
Como diz a palavra, metadados são dados sobre os dados. Por exemplo: quando, como, onde e por quem esse dado foi gerado? Se falamos de um item como “volume de vendas”, quais as características dessa informação? Os metadados podem ser divididos entre técnicos – aqueles que falam sobre o fluxo da informação no sistema – e de negócio – os que caracterizam o dado para o usuário, de forma que ele tenha certeza do que se trata. Fazer o gerenciamento adequado dessas características ajuda a garantir a qualidade que apresentamos no item anterior.
Data ownership
Nossos dados andam voando por aí, cada vez que preenchemos um cadastro, realizamos uma transação on-line ou fazemos contato com uma empresa. Esse fluxo contínuo de informações demanda um cuidado crescente com garantias legais. Data ownership, ou propriedade de dados, é o controle sobre a propriedade legal de uma empresa sobre suas informações. Isso terá impacto sobre criação, edição e compartilhamento dos dados, seja na empresa, seja no repasse a terceiros. O tema tem dado o que falar, por isso é importante dar atenção aos aspectos legais de propriedade de dados da empresa para evitar transtornos.
Governança de dados
A governança de dados é uma das mais importantes funções de BI. É ela que garante a manutenção dos ativos de informação da empresa, num trabalho contínuo de acompanhamento, melhoria e distribuição. Com o gerenciamento das políticas, processos e tecnologias, proporciona o substrato para a tomada de decisões. É preciso ter em conta que, cada vez menos, a governança de dados se trata de restringir informações. Coletivamente, fornecerá os dados certos para as pessoas certas, configurando um movimento de curadoria e preparação de fontes confiáveis.
Analytics
Não adianta ter dados seguros e de qualidade se a empresa não souber analisá-los. Esse tema adquiriu tamanha importância no cotidiano empresarial que o termo Business Analytics (BA) tem algumas vezes suplantado a BI. Ferramentas avançadas permitem que a análise das informações seja feita de forma extremamente ágil – atributo utilíssimo para tomada de decisões. Um BICC eficiente não se preocupará apenas com gerenciar dados de qualidade: terá foco na análise mais oportuna para informar aquilo que o negócio precisa saber.
Data mining
Se Analytics está relacionado a fazer as perguntas certas, a mineração de dados tem foco na busca por respostas que não eram esperadas. A prática busca padrões e anomalias nas bases de dados, identificando aspectos que fogem à análise habitual das informações.
Treinamento, suporte e comunicação
Entre as funções de BI, essa é aquela mais comum entre os antigos setores de TI. Embora não seja a favorita dos especialistas da área, é tarefa essencial para que todos os usuários possam obter resultados. O BICC deve ocupar-se do treinamento de equipes para uso das ferramentas, bem como do auxílio diário em sua utilização. A comunicação e divulgação das informações também deve ser garantida, pois de nada vale gerar conhecimento e mantê-lo restrito à equipe de business intelligence.
Se todas as funções de BI forem corretamente executadas, o BICC ajudará o negócio a alcançar a excelência operacional. Para saber mais sobre business intelligence e excelência operacional, fale com a gente! E siga nossos posts no Facebook.
Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: Xresch e Gerd Altmann/Pixabay
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.