A inteligência artificial (AI) está revolucionando o mundo tal qual o conhecemos. Sua utilização já tem desdobramentos em diversos setores, mesmo longe daqueles que inicialmente se poderia imaginar. Mais que agregar funcionalidades às indústrias já existentes, a inteligência artificial e o machine learning as transformam, mudando a maneira de fazer negócios. É o caso dos carros inteligentes e dos diagnósticos de saúde, por exemplo. Não foi à toa que o CEO do Google, Sundar Pichai, afirmou, no início deste ano:
“A inteligência artificial é uma das coisas mais importantes que a humanidade está trabalhando atualmente. É algo mais profundo do que eletricidade ou o fogo.”
Já acostumados às ondas “hype” de tecnologia, os economistas tendem a enxergar essas transformações de forma menos apocalíptica. Para o economista Ajay Agrawal, professor da University of Toronto, a força revolucionária da inteligência artificial pode ser analisada sob os paradigmas econômicos clássicos.
“Ao olhar para a inteligência artificial do ponto de vista econômico, fazemos a mesma única pergunta que usamos para qualquer tecnologia: o que reduz o custo?”
Agrawal, juntamente com os economistas Joshua Gans e Avi Goldfarb, é autor do livro Prediction Machines: The Simple Economics of Artificial Intelligence. Para os três especialistas, a mudança econômica trazida pela inteligência artificial se concentra na queda do custo da previsão. Ou seja: as máquinas passam a ser capazes de fazer previsões que antes eram restritas ao domínio humano. Com isso, algumas tecnologias e saberes perdem valor. Por outro lado, capacidades e ferramentas que complementam a AI passam a ser mais necessários e valorizados.
O que muda com as previsões da inteligência artificial?
Segundo relatório da PwC lançado em 2017, o aumento de produtividade do trabalho será responsável por mais da metade de todos os ganhos econômicos da inteligência artificial até 2030, seguido do aumento da demanda dos consumidores, resultado dos aprimoramentos de produtos obtidos por AI. A China terá destaque nesse processo, com aumento de 26% do PIB em 2030.
“O PIB mundial será 14% maior em 2030 como resultado da IA – o equivalente a um adicional de 15,7 trilhões de dólares.”
Esse impacto resulta das diversas aplicações possíveis da inteligência artificial para fazer previsões. Com efeito, o usual é pensar em análises de negócios, finanças, mercados. Mas o poder da AI vai muito além disso. A Google, sempre à frente no que se refere a tecnologia, já desenvolve soluções de saúde. Equipamento dotado de inteligência artificial pode identificar o risco de um paciente sofrer um enfarto analisando a parte de trás de seu olho. Na Universidade da Califórnia, pesquisadores desenvolveram um terapeuta artificialmente inteligente, capaz de conversar com os pacientes.
As aplicações da tecnologia vão desde programas capazes de compor músicas sozinhos até a indústria pornográfica, com os robôs sexuais. Não há indústria que não possa se beneficiar da capacidade da inteligência artificial de prever e mimetizar comportamentos humanos. Assim, o que resta para nós, simples mortais?
Para Agrawal, Gans e Goldfarb, o atributo humano que se valoriza com a inteligência artificial é a capacidade de julgamento. Dessa forma, aspectos éticos e emocionais ganham relevância. Assim, para esses especialistas, não é necessário alimentar o pânico do fim do trabalho.
“Usando a linguagem da economia, o julgamento é um complemento à previsão e, portanto, quando o custo da previsão cai, a demanda por julgamentos aumenta. Nós vamos querer mais julgamento humano.”
A inteligência artificial e o futuro próximo
Consultorias e pesquisadores vêm analisando o impacto da inteligência artificial nos próximos anos. Conforme a Accenture, a AI pode aumentar a rentabilidade de 16 indústrias em 38%, até 2035. Essas indústrias poderiam contar com um incremento de 14 bilhões de dólares no valor adicionado bruto. Por outro lado, pesquisadores de Oxford estimam que as máquinas podem acabar com cerca de metade dos postos de trabalho.
No planeta, a corrida para o desenvolvimento tecnológico em AI pode confrontar potências como Estados Unidos e China. Embora a maior parte dos investimentos seja hoje direcionado para o país norte-americano, a China apresenta o maior potencial para os ganhos futuros, de acordo com o estudo da PwC. A tecnologia também pode deixar (ainda mais) para trás os países em desenvolvimento, Brasil incluído. A expectativa é de que apenas 5,4% dos ganhos com AI em 2030 estejam na América Latina.
Relatório da The Economist, patrocinado pela Google, apresenta cenários possíveis a partir dos usos da inteligência artificial. A ideia foi levantar benefícios e riscos do uso da tecnologia, desmistificando a polarização do debate.
“O problema é que ambos os lados – os defensores da AI e seus oponentes, os campeões e os pessimistas – frequentemente usam hipérboles para promover sua visão. Ou AI nos conduzirá inexoravelmente a um futuro utópico, ou será a causa de nossa morte. A verdade provavelmente está em algum lugar no meio.”
O estudo conclui que, no curto prazo, a inteligência artificial não será “nem utópica nem distópica”. É preciso sanar as lacunas de compreensão sobre o tema, especialmente na relação entre desenvolvedores, empresas e governos. Também reconhecer os riscos para o futuro do trabalho, bem como para aspectos de privacidade de informações. Finalmente, transparência, confiabilidade e educação para o público foram ainda apontadas como estratégias necessárias para o bom desenvolvimento da AI.
E você com tudo isso?
A análise a fazer é simples e clara: em quais processos de seu negócio a inteligência artificial poderá ser aplicada? Onde a capacidade de previsão muda o cenário? Como a concorrência está investindo nisso? Isto é, mapeando a empresa e o mercado, você poderá descobrir em quais atividades poderá vir a aplicar a tecnologia. Esse mapeamento não lembra um pouco as práticas do Lean? Que tal reunir tecnologia e excelência operacional?
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: Freepik, PwC e Accenture
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.