Para utilizar o conceito OKR, é fundamental dar atenção aos resultados-chave, ou seja, às metas. Enquanto o objetivo é inspirador e abrangente, as metas devem ser específicas e mensuráveis. Empresas que têm seu modelo de negócios mais desenvolvido já utilizam metas no cotidiano, especialmente na área comercial. Ao trabalhar com OKRs, no entanto, a definição das metas é um pouco diferente da tradicional.
O estabelecimento de metas é reconhecido como um fator essencial de sucesso nas empresas. Quando os objetivos são claros, todos sabem o que se está tentando alcançar, e os resultados podem ser medidos com precisão. As metas servem para aumentar a motivação da equipe, dirigir o foco aos resultados e avaliar desempenhos individuais e coletivos. Com o grande volume de atividades e a rapidez na comunicação, manter as equipes focadas é hoje um desafio. Por isso os OKRs se tornaram tão relevantes na estratégia organizacional.
A seguir apresentamos algumas das características da definição de metas utilizadas pelas empresas que adotam este conceito, que podem ser úteis para a excelência operacional.
Os OKRs apontam para o futuro
Tradicionalmente, metas são estabelecidas como forma de avaliação de desempenho. Assim, elas se tornam uma forma de olhar para trás e analisar se alguém cumpriu seu papel. Nos OKRs, os resultados-chave têm o objetivo de apontar para o futuro. O conceito inclusive não recomenda o uso de remuneração variável atrelada a metas. Estas seriam apenas mais um dos fatores de avaliação de desempenho, não o seu ponto principal.
Dessa forma, as metas deixam de ser algo analisado apenas anualmente e passam a ser ferramentas do cotidiano. Os OKRs se baseiam em ciclos curtos, em geral trimestrais, mas que podem até mesmo ser mensais. A ideia é que haja atualização frequente de progressos, com acompanhamento e feedback semanal para ajustar o que for necessário.
Os OKRs não são metas em cascata
É comum que as empresas adotem o sistema de metas em cascata, com os objetivos da empresa desdobrados nas equipes. Nos OKRs, a definição das metas funciona simultaneamente top-down e bottom-up: aproximadamente 60% dos resultados-chave devem ser definidos pelos profissionais que trabalharão diretamente neles. Embora seja difícil mensurar essa proporção exata, o processo de definição das metas pode ser o caminho para esse alvo.
Definidos os OKRs da organização, as equipes podem fazer a elaboração de seus resultados-chave. Como minha equipe pode colaborar para a estratégia da empresa? De que forma nosso trabalho se relaciona com cada OKR corporativo? Outro método a ser utilizado é a criação de grupos de definição de metas formados por membros de diferentes setores. Depois de discutidos os possíveis resultados-chave de cada equipe, são levados à validação das lideranças. Vale lembrar que os OKRs são sempre públicos na organização; assim, todos sabem as metas de todos. Isso garante o alinhamento e o acompanhamento dos resultados.
Não confunda tarefas com metas
Quando dizemos que as metas devem ser mensuráveis, não podemos achar que elas precisam ser apenas isso. Esse equívoco leva muitas vezes à confusão de tarefas com metas. Um exemplo: o objetivo é aumentar a base de clientes da empresa. Como meta do call center, se estabelece que serão feitos 300 contatos telefônicos por dia. Só que… essa não é uma meta, é uma tarefa! As metas são resultados a serem atingidos, não atividades a serem executadas pela equipe.
Em alguns casos, é possível até mesmo estabelecer metas não mensuráveis. Conseguir uma certificação ou reverter um problema recorrente com os clientes podem ser metas atreladas, em um prazo específico, a um objetivo maior. O importante é ter em mente que as metas são resultados a serem alcançados, não uma lista de coisas a serem feitas.
Os OKRs são SMART
O acrônimo SMART (specific, measurable, achievable, relevant, time-bound) é um critério para definição de metas: específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes, temporais. O método SMART pode ser utilizado para a definição dos OKRs, já que facilitam seu delineamento.
Uma forma de sistematizar a definição das metas é partir do objetivo. Com ele em vista, o que se pode fazer especificamente para atingi-lo? Como isso pode ser medido? É possível alcançar? É relevante o suficiente? Cabe no tempo do ciclo dos OKRs, ou é preciso subdividi-lo?
OKRs desafiadores, mas sem exageros
Metas fáceis diminuem o engajamento dos colaboradores. Por isso os OKRs trabalham com o conceito de stretch goals, ou seja, metas mais desafiadoras que o esperado. O objetivo é tirar as equipes de sua zona de conforto, obrigando-as a buscar diferentes estratégias.
Apesar de o OKR usar as stretch goals, na implantação da metodologia é preciso avaliar se os colaboradores estão preparados para isso. Na lógica dos OKRs, se uma meta foi 100% atingida é porque era muito fácil – o ideal seria atingir 60%. Essa percentagem, no entanto, pode funcionar como fator de frustração na equipe. Assim, é importante considerar o avanço gradual dos desafios, para não afetar a motivação do grupo.
Nas próximas semanas vamos voltar aos OKRs, com dicas práticas de como implantá-lo em seu negócio. Acompanhe!
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: rawpixel.com/Freepik
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.