Agronegócio e Big Data: a tecnologia invade o campo

O uso de tecnologia e gerenciamento de dados no campo já é uma realidade. Essa condição não pode ser ignorada ou depreciada pelos pequenos e médios empresários do agronegócio. Ainda que os custos de implantação pareçam altos no início, maior é o custo de ignorar essa tendência. Tecnologia e informação, acompanhadas de boa gestão, são os diferenciais que podem garantir a sobrevivência do empreendimento no campo.

Um bom exemplo da aplicação desses instrumentos está no setor sucroalcooleiro. Altamente mecanizado (estima-se que, no estado de São Paulo, mais de 90% da colheita é feita por máquinas), o segmento também têm nessa perspectiva seu maior volume de custos de produção. Dessa forma, se torna fundamental gerenciar bem as despesas. Uma forma de reduzi-las é investindo em inteligência tecnológica. Sensores, sistemas e algoritmos ajudam nessa missão, dando forma à agricultura de precisão.

Divulgado recentemente, o uso de drones para detecção de linhas e falhas no plantio da cana-de-açúcar é complementado por software específico que, por meio de algoritmos, faz a vetorização semiautomática das linhas. Isso permite que a colheita mecanizada seja orientada pelas informações geradas no software. A ferramenta de levantamento aerofotogramétrico usa georreferenciamento para a cartografia. Assim, gera insumo para estudos de engenharia, cartografia e hidrografia, entre outras vantagens.

Agronegócio na era dos bits

“Roger Parks, Chief Information Officer da empresa de agricultura e pecuária da J.R. Simplot, por exemplo, gosta de descrever algo que chama de ‘vaca digital’. A empresa está fazendo experiências com sensores incorporados ao estômago das vacas (que têm quatro compartimentos estomacais e, por alguma razão, a segunda cavidade parece ser o local ideal) para medir sua temperatura. Se a vaca adoecer, o sensor informa o problema a um veterinário quando ainda há tempo de tratar a doença. Outros pesquisadores estão fazendo testes com sensores capazes de detectar a presença de bactérias E. coli no estômago dos bovinos. Com todos esses sensores, cabe a nós torcer para sobrar espaço para a comida no estômago dos bois!” (do livro Big Data no Trabalho, de Thomas Davenport).

O trecho de Davenport mostra como Big Data e Internet das Coisas já estão profundamente envolvidas no agronegócio. A bucólica imagem que temos de uma vaquinha pastando sozinha em um prado verde já não serve para representar nossa pecuária. O processamento de diversas fontes de dados faz o cuidado dos animais obedecer ao mesmo rigor que qualquer indústria. Estudos avançados trazem o laboratório aos currais, onde a biogenética trabalha para levar melhores produtos à gôndola dos supermercados.

Toda essa tecnologia, no entanto, tem um preço, e ele não é baixo. Um dos principais riscos a que qualquer empresa está exposta é ao de investir em ferramentais ou métricas equivocadas. Por isso, é preciso, como primeiro passo, detectar quais são os verdadeiros gargalos do negócio. E lembrar que as respostas encontradas a partir da análise de dados só são úteis se chegam no tempo certo. Por isso, a velocidade é tão importante quato o volume quando falamos de Big Data. Volume, velocidade e variedade nas informações formam os 3 Vs do Big Data.

Gestão, gestão… e gestão!

Muitas agritechs, startups voltadas à implementação de tecnologia no agronegócio, têm desenvolvido sistemas que reduzem os custos no campo. As inovações, no entanto, dependem de direcionamento estratégico para obterem melhores resultados. Isso se alcança com investimento em planejamento e gestão.

Conhecer o próprio negócio, como ele funciona; observar o mercado como um todo; e trocar o “instinto” pela análise rigorosa. Esses são alguns dos desafios do agronegócio hoje, já superados pelas empresas de maior porte. Mesmo assim, muitos empreendimentos seguem com gestão pouco profissionalizada e correm o risco de ser engolidos pela concorrência.

Já falamos como o Lean pode ajudar o setor primário, bem como tecnologia e gestão são fundamentais para este setor. No entanto, não canso de repetir: não vale investir na novidade porque é novidade! É necessário organizar a casa e compreender como ela funciona. Muitas vezes, as soluções são mais simples do que se possa imaginar.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagens: Squeeze e Anemona/Pixabay

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