Não há dúvidas de que hoje os dados são o mais importante ativo de qualquer empresa. No entanto, o gerenciamento das informações tem sido um desafio para as empresas na última década. Afinal, para trazer benefícios, os dados devem ser estrategicamente coletados, organizados, processados. Por isso se torna cada vez mais relevante o papel do Chief Data Officer (CDO). Esse executivo assume a governança de dados e promove o uso estratégico desse ativo.
Levantamento feito com as empresas da Fortune 1000 (as mil maiores empresas norte-americanas classificadas por receita pela revista Fortune) apontou que 67,9% delas têm um Chief Data Officer. De fato, essa proporção se torna ainda mais relevante quando comparada à da mesma pesquisa em 2012: apenas 12,0% dos negócios apresentavam esse cargo naquele ano.
Sete das dez empresas mais valiosas do mundo por capitalização de mercado estão baseadas em dados: Apple, Microsoft, Google, Amazon, Facebook, Alibaba e Tencent. Ademais, 97,2% das empresas da Fortune 1000 estão investindo em Big Data e inteligência artificial. Os dados são uma fonte estratégica de ideias e informação. Nesse sentido, a gestão dos dados deve ser proativa e efetiva, alinhada às melhores práticas de mercado.
Em outras palavras, a existência de um executivo C-level para gestão de dados indica a importância que estes adquiriram para as empresas em excelência. O Chief Data Officer deve, além disso, atuar na defesa dos dados da companhia. Estamos falando, por exemplo, de segurança cibernética e riscos de violação de dados. Por outro lado, esses líderes também têm a responsabilidade de manter o uso dos dados em conformidade com a legislação, em constante aprimoramento. Com o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa e a Lei Geral de Proteção de Dados brasileira, o CDO passa a ser mais crucial do que nunca.
Quem é o Chief Data Officer?
Em princípio, por sua recente ascensão, o cargo e os atributos do Chief Data Officer ainda está em formação. De acordo com a pesquisa feita com as empresas da Fortune 1000, a função ainda é muitas vezes mal definida e, consequentemente, inadequada para impulsionar as organizações. Dessa forma, os CDOs podem ter mais dificuldades para enfrentar os desafios.
Enquanto um terço das empresas entrevistadas deseja que o Chief Data Officer seja um agente de mudanças vindo do mercado, outro terço acham que o cargo deve ser ocupado por um veterano da empresa. Além disso, 17,5% dos entrevistados acreditam que o papel de CDO é provisório ou desnecessário.
Como o trabalho desse executivo varia de empresa para empresa, o mesmo ocorre com as expectativas em relação a ele. Hoje, cerca de 68% dos CDOs são formados em negócios, enquanto 44% têm diplomas de tecnologia. Entre as habilidades esperadas estão, por exemplo, formação relacionada a dados e negócios, experiência em uma posições sêniores e competências interpessoais e de liderança, proporcionais a uma posição de nível C. Em resumo, o CDO precisa entender de dados, estratégia e pessoas.
Assim como não há consenso sobre a experiência adequada para o cargo, também não estão predefinidas suas responsabilidades a quem eles devem se reportar. Pesquisa da Gartner, aliás, aponta que apenas 40% dos CDOs entrevistados disseram que se reportam ao CEO. Por outro lado, 60% respondem a outros executivos seniores. Sem dúvida, isso pode ser reflexo das diferentes características das empresas. Mas uma coisa é fato: as que têm um CDO têm muito mais chances de ter uma estratégia digital clara.
Como definir o papel do Chief Data Officer
Em suma, é importante que as empresas entendam exatamente o que desejam do Chief Data Officer. Nesse sentido, três direcionadores podem ajudar nessa tarefa:
- A importância dos dados para o negócio: ou seja, quanto as atividades de gestão de dados estão relacionadas com os objetivos organizacionais.
- A complexidade das análises de informações: quais conjuntos de dados, quais diretrizes, quais áreas da empresa devem ser envolvidas a fim de gerir os dados.
- O tempo que se tem: se as análises necessárias estão direcionadas a vantagens competitivas, dessa maneira a gestão dos dados precisa ser ágil também na hierarquia interna.
Dicas para ação do Chief Data Officer
- Seja um agente de mudança: de fato, um dos maiores desafios é criar a cultura de dados na empresa. Assim, invista no conhecimento e engajamento das diferentes áreas.
- Os dados precisam ser confiáveis para gerar informações. Estabeleça uma base de gerenciamento e governança que proporcione credibilidade às análises.
- Garanta sua autonomia. Sua influência sobre outros tomadores de decisão pode fazer a diferença nos resultados.
- Envolva na estratégia de dados os clientes, os fornecedores e os parceiros em geral.
- Crie relacionamento com as equipes de tecnologia, de finanças e jurídico e as integre com vínculos fortes na estratégia de dados.
- Invista em novas tecnologias sempre avaliado os resultados financeiros mensuráveis.
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: PressFoto e Analya/Freepik
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.