O Planejamento e Controle da Produção (PCP) é um sistema amplamente utilizado pela indústria e caracteriza-se pelas ações que lhe dão nome: planejamento e controle. Ao longo do tempo, a ferramenta agregou mais um P (sendo também denominada de PPCP), incluindo a programação. A ideia é que se tenha um processo contínuo e eficiente que garanta a produtividade e evite imprevistos e falhas na manufatura.
Essa técnica, no entanto, não está limitada ao setor industrial. A lógica de planejamento, programação e controle também se adapta a negócios de comércio e serviços – que dela podem se beneficiar enormemente. Se na indústria o PCP faz a conexão entre o chão de fábrica e a mesa de decisões da diretoria, em outras áreas pode ser o caminho para garantir a satisfação dos clientes e também dos acionistas, pela redução de custos e aumento de qualidade, produtividade e lucratividade.
Mas como o PCP faz esses milagres? Não tem mágica nenhuma; basta organização e monitoramento. Vamos abordar algumas vantagens desse conceito.
PCP promove sistematização de processos
Algumas perguntas definem os objetivos do PCP. O que e quanto se quer fazer? O que é necessário para fazer isso? Onde, como e em quanto tempo isso será feito? Veja que essas perguntas se aplicam a qualquer tipo de negócio, podendo se referir à fabricação de peças, à venda de produtos ou à oferta de serviços de qualquer espécie. Assim, é possível gerenciar as principais atividades de uma empresa utilizando essa técnica.
Na etapa de planejamento, o PCP formaliza quais metas se pretende atingir, quais os recursos operacionais necessários, como a produção será operacionalizada, como será entregue. Na programação, aponta o ritmo em que as atividades serão desenvolvidas, fazendo o acompanhamento da execução. Esses dois movimentos são baseados na construção de sistemas eficientes, que permitam o funcionamento do negócio da forma mais produtiva e com o menor desperdício possível.
PCP integra processos e setores
Quem gerencia o PCP tem uma visão de tudo aquilo que é produzido na empresa, combinando os inputs que vêm de diferentes áreas. O PCP tem contato com – e também deve ter uma dose de influência sobre – os setores de compras, estoque, engenharia, RH, financeiro e comercial. E, claro, com a produção em si.
Essa integração permite que as metas sejam alcançadas com o menor esforço possível da organização. Por exemplo: a área comercial apresenta uma demanda; a engenharia define os processos necessários para fabricar o produto, bem como os materiais que serão utilizados; esses últimos deverão ser adquiridos por compras e mantidos à disposição pelo estoque; também serão necessários os recursos humanos e financeiros adequados para dar andamento à produção.
Em um supermercado, o PCP cruzará o monitoramento das vendas com as compras de médio prazo e a contratação de pessoal. Em uma rede de salões de beleza, idem. Em cada um dos casos, definindo no planejamento os processos a serem seguidos e programando cada tipo de atividade.
PCP permite monitorar produção e resultados
Planejar é fundamental, mas não serve de muito se a empresa se agarra ao plano ignorando as dificuldades que surgem no caminho. Para isso está o controle: perceber falhas internas, mudanças no mercado, disponibilidade de mão de obra. E também para redesenhar os caminhos quando necessário – seja por replanejamento, seja em planos de contingência.
O controle também é importante para garantir que as metas sejam atingidas e sugerir melhorias que incrementem a eficiência dos processos e, consequentemente, o aumento da lucratividade. Para fazer mais com menos e atingir a Excelência Operacional, é preciso estar de olho!
Ferramentas do PCP oferecem segurança
O PCP apresenta algumas etapas e ferramentas que servem como diagnóstico e guia do que será desenvolvido na empresa. Nem todas podem ser adequadas para o seu negócio, é preciso avaliar as características do que está sendo produzido. Uma indústria de autopeças vai precisar de controles diferentes de um grande magazine, por exemplo.
- Planejamento da capacidade de produção: cruzando previsão de demanda com a capacidade instalada, é possível, em um primeiro momento, projetar o que precisa ser adquirido ou adaptado para dar conta das necessidades.
- Planejamento agregado da produção (PAP): com duração anual (e revisão mensal), o PAP determina a estratégia de produção, administra sazonalidades, contratos e outros recursos para a execução das atividades.
- Programação mestre de produção (PMP): é a programação de curto prazo, que gerencia estoques e aponta como deve funcionar a utilização dos recursos, já considerando os pedidos existentes.
- Programação detalhada da produção (PDP): faz o detalhamento da produção, dos processos e sequenciamento e priorização.
PCP tem a ver com estratégia
Conhecer e sistematizar os processos de uma empresa é a melhor forma para identificar gargalos que podem gerar prejuízos e perda de clientes. A direção precisa ter contato com o PCP, compreender seu funcionamento e absorver o conhecimento que ele proporciona, pois é um mapa daquilo que a empresa oferece. O PCP se comunica com o planejamento estratégico de qualquer companhia, pois oferece um panorama do que o negócio é capaz de produzir e também os recursos necessários para que as atividades se desenvolvam.
Existem diferentes softwares que podem ajudar a trabalhar com PCP, bem como há diversas maneiras de aplicar este conceito em sua empresa. Vale lembrar que cada ferramenta é adequada para um tipo de solução – por isso, é preciso entender o seu negócio e aonde você quer chegar para definir se o PCP pode ser útil na sua empresa.
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.