É comum nos depararmos com projetos bem planejados, que têm a infraestrutura adequada, mas que não decolam. Sei que muito tenho falado aqui que sistematizar, planejar e medir são requisitos fundamentais para a excelência operacional. Mas nada disto terá êxito se não estivermos focados na parte mais significativa de qualquer processo: a execução.
O gap entre estratégia e operação ocasiona que projetos bem elaborados terminem por não oferecer resultados concretos. Se um bom planejamento pode ser dificultado pelas pressões do cotidiano, ele será desperdiçado se não se converter em entrega. E isso é mais comum do que deveria!
A execução é o verdadeiro trabalho dos líderes empresariais e reúne disciplina, ferramentas, comportamentos e posturas adequadas. A disciplina para executar é o que define o sucesso de qualquer empresa. Não existem ideias prontas… Isso é parte do mito dos millenials, que acreditam que os resultados surgem de forma instantânea, sem esforço e dedicação.
O papel da liderança na execução
Liderança sem disciplina de execução é incompleta e ineficaz. Entregar resultados concretos é a principal responsabilidade do líder empresarial, que funciona como um maestro das pessoas, da estratégia e das ações. Essa é a mais importante tarefa de um líder, e a que pode determinar o sucesso ou o fracasso da organização.
Mas como o gestor deve agir para garantir que objetivos e metas se transformem em prática? A resposta é baseada em sustentação, monitoramento e correção. O líder precisa escolher as pessoas mais adequadas a cada função – e oferecer as condições necessárias para seu desempenho. Precisa estar atento não só ao resultado final, como também às metas intermediárias, ao andamento das ações.
Conhecer o que se faz e saber como é feito são atributos necessários a um bom líder. Já falamos aqui sobre a importância de que o gestor vá ao gemba (chão de fábrica). Isso propicia que compreenda os pontos fortes e fracos da equipe, que domine os processos e conheça os obstáculos. É preciso sair do escritório e ter contato com o cotidiano. Se não, lindos planos podem ser construídos sem capacidade de execução.
O desafio intelectual da execução está em chegar ao cerne da questão através de uma investigação persistente e criativa. O gestor não pode se concentrar apenas na estratégia, precisa ser o líder também da prática! Quando as dificuldades surgirem, será ele o mais capaz para corrigir os rumos e garantir os resultados desejados.
Cultura de execução
Também é papel da liderança disseminar a cultura de execução na empresa. Ninguém faz nada sozinho, e de nada serve uma equipe que para quando o chefe não está olhando. A cultura de execução pode ser estimulada a partir de reconhecimentos e recompensas. Resultados e comportamentos específicos podem ser premiados de forma gradativa, criando nos colaboradores a expectativa por novos patamares de gratificação.
A partir do conhecimento sobre a realidade da empresa, é preciso investir em metas claras. A estratégia pode ser mais complexa e envolver muitos fatores, mas os resultados precisam ser objetivos. Para executar, a equipe precisa compreender exatamente aonde deve chegar. A estratégia pode ser desdobrada, esmiuçada, repartida, para que cada um saiba qual sua função nesse todo.
A liderança deve mudar as crenças que influenciam o comportamento das pessoas. Mais que apenas atingir metas, é preciso realmente fomentar posturas que valorizem a execução.
Execução e pessoas
Uma execução bem-feita integra e capacita. A prática não é apenas uma oportunidade para gerentes aprenderem com o líder e vice-versa; é uma forma de difundir o conhecimento para todos que se incluam no plano. As pessoas são a base de qualquer processo, e precisam estar alinhadas com entre si e com a estratégia da organização.
Para isso, é preciso expandir suas capacidades. Muitas empresas enaltecem formação e capacitação, mas se esquecem de olhar para as pessoas e reconhecer suas peculiaridades. Conheça sua equipe. Identifique lideranças. A pessoa certa no lugar certo é capaz de oferecer muito mais que cursos e títulos.
É preciso avaliar sempre e de forma precisa. Essa atitude promove resultados imediatos e também abre caminhos para planos de sucessão. A partir da observação rigorosa, identifica-se quem está perfilado com a estratégia e pode ser um líder no próximo ciclo. Se as tarefas são feitas em conjunto, isso oferece a transmissão de competências de execução.
A área de gestão de pessoas deve sempre estar comprometida na estratégia, envolvida em todos os seus passos. Da mesma forma, a liderança precisa acompanhar a seleção de pessoal, tendo coragem de tomar decisões desconfortáveis como transferências ou demissões quando isso for necessário.
Lembre-se: ao estabelecer a estratégia de seu negócio ou projeto, mantenha-se atento às pessoas. O orçamento, o mercado e a infraestrutura são pontos primordiais, mas nada funciona na prática se não houver o engajamento de sua equipe. A cultura de execução é algo que depende das pessoas, e para trabalharem em conjunto e alcançarem os objetivos traçados elas precisam de lideranças fortes. Aposte no diálogo, nas trocas e na compreensão: esse é o caminho para levar a teoria à prática.
Sua empresa atinge os resultados esperados? O planejamento funciona na prática? Para saber sobre esse e outros aspectos da excelência operacional, fale com a gente e siga nossos posts no Facebook.
Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagens: Skeeze e Malachi Witt/Pixabay
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.
One thought on “Execução: não adianta saber planejar, mas não saber fazer”
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