O acrônimo API vem do inglês Application Programming Interface que em tradução livre significa Interface de Programação de Aplicações. Basicamente, é definida como um conjunto de requisitos de protocolo, ferramentas e padrões de desenvolvimento que possibilitam que o desenvolvedor crie soluções que conversem diretamente com outras aplicações. Com seu uso, a comunicação e a utilização de soluções diferentes são totalmente transparentes para o usuário. Ela torna possível a troca de dados com outras aplicações.
Como isso é possível?
A API torna acessível a outras aplicações externas parte de suas funções, mas, de forma limitada, possibilitando a execução de tarefas por meio das funções. Essa característica torna mais rápido o desenvolvimento de soluções, porque elimina a necessidade de modificar o código fonte. Código fonte este, possivelmente, de outro desenvolvedor, em outro tempo e com possibilidades de desenvolvimento diferentes. Compartilhar código de aplicações inteiras, além de ser perigoso, é ineficiente. O desenvolvedor passaria muito tempo para entender o código e depois fazer alterações.
Se observarmos bem, veremos que a grande navegabilidade, quantidade de funções disponíveis on-line são devidas em grande parte às API. É facil vê-las como conectores, ou plugues, ligando aparelhos diferentes – com itens de segurança, claro.
Exemplos de API
Google Maps – Graças à extensa base GIS do Google, esta API é incrivelmente poderosa e dá origem a várias outras, como Geocoding e Places Web Service.
PayPal – Vários tipos de API para diferentes formas de pagamento através de outros aplicativos do gênero, como o Android Pay.
IBM Watson Artificial Intelligence – Através da API é possível criar chatbots e testar modelos de aprendizado de máquina.
Wit.AI – Plataforma de NLP que possibilita a inclusão de comandos de voz por meio de aplicações de IoT e/ou automação residencial.
INEP – Busca de dados sobre instituições de ensino brasileiras.
O governo brasileiro mantém um portal de dados abertos onde podem ser encontrados os arquivos brutos ou documentação de API de alguns órgãos. Vale a pena dar uma boa olhada nos dados do Banco Central, por ter muitas API e bases de dados, todos bem documentados.
As API são poderosas, mas onde elas se encaixam em minhas análises?
Com a alta capacidade de processamento que o Big Data propicia hoje, quanto maior a variedade e quantidade de dados, maiores as chances de insights valiosos. As API nos ajudam a aumentar a variedade de informações o que causa a ampliação dos horizontes de análises. Por exemplo, todo projeto de data warehouse (DW) possui informações de localização, seja de lojas, armazéns ou prédios de concorrentes. Através da API de geolocalização do Google, você pode encontrar latitude e longitude utilizando os dados de endereço.
Outra possibilidade é a análise em tempo real de campanhas de marketing ou personalização de experiência do usuário nas redes sociais. Tanto Twitter quanto Facebook possuem API poderosíssimas para criação de aplicações.
Com o avanço da tecnologia do e-commerce, surge um novo tipo de consumidor, o omniconsumidor. Consumidor este que precisa de um produto e não se importa de qual forma comprará, em loja física ou por aplicativo. As diferenças de preço e de produtos encontrados nos aplicativos e nas lojas não são diferentes. A procura por um produto pode começar na loja, mas a compra pode ser efetivada no aplicativo – e vice-versa.
Ao criarmos análises com nosso DW podemos acessar dados externos e criar análises mais abrangentes. Um bom exemplo seria o caso de sua empresa trabalhar com importação e precisar sempre estar atualizada com o valor do câmbio. O Banco Central do Brasil oferece API para acesso a essa informação. Isso torna viável a produção de uma base histórica de câmbio e criação de modelos de predição, o que pode ajudar a planejar o futuro de suas compras ou vendas.
Existem outras formas de aquisição de dados, como web crawling. Nesse caso, é necessário ter conhecimento de programação e seguir regras básicas para evitar que seu robô seja bloqueado. Sem dizer que é bem trabalhoso.
Avaliando a API
As API podem nos fornecer dados valiosíssimos para criação de análises mais completas e abrangentes, mas seu uso precisa ser bem avaliado.
O pontos importantes a serem considerados são:
- Estude a API antes de utilizá-la. Em alguns casos, as bases de dados são grandes, o que pode causar problemas de performance para você e para quem fornece os dados.
- Confiabilidade dos dados. A fonte dos dados é confiável? A empresa ou o órgão apresenta documentação coerente com os dados? Lembre-se sempre: GIGO (Garbage in – Garbage out).
- Qualidade dos dados. Ao adquirir os dados, faça a higienização. Eles devem ser alterados para seguir os padrões da sua empresa.
- Antes de adquirir dados, verifique se eles lhe darão a informação que deseja. Confira se o motivo da busca por esses dados são coerentes colocados lado a lado, pois correlação não implica causalidade.
A Readwrite escreveu um excelente artigo sobre API, vale a pena dar uma olhada. Com autorização deles, disponibilizamos o API landscape, que dá uma boa idéia das API disponíveis.
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Imagens: JuralMin e Gerd Altmann/Pixabay
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.
One thought on “Faça mais, amplie as análises, use API!”
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