Integração TLS

Integração TLS: foco no cliente e no processo

Preço baixo e qualidade alta, de preferência com prazo bem curto. De fato, esse é o combo esperado pelos consumidores. Como é possível, no entanto, associar essas características e ainda manter a lucratividade? À medida que as empresas tentam atender a essas demandas, muitas vezes acabam colocando em risco sua própria sobrevivência. A fórmula para manter o foco no cliente sem perder resultados pode estar, então, na conjunção de três metodologias: Lean, Seis Sigma e Teoria das Restrições (TOC). Elas formam a integração TLS.

As empresas vencedoras são, em geral, aquelas que têm muita experiência em operações e possuem processos bem ajustados. Sem dúvida, Lean e Six Sigma oferecem essas qualidades, como sempre marcamos aqui no Excelência em pauta. Em empresas já familiarizadas com a melhoria contínua, a integração TLS cai como uma luva, gerando um fluxo de valor sem desperdícios, com atividades e processos simplificados. Dessa forma, são eliminados gargalos e estoques desnecessários.

A TOC ajuda a encontrar as restrições, ou seja, os pontos travados em seu processo; já o Lean ajuda a resolvê-los; e o Six Sigma auxilia na eliminação dos erros. É comum que ferramentas do Lean, por serem mais conhecidas, seja utilizadas para melhorar processos específicos na empresa. Isso, entretanto, pode gerar uma linha descontínua, pois apenas alguns pontos são sanados.

Para entender como funciona a integração TLS, vamos passar pelas metodologias que a integram.

Integração TLS: Lean Six Sigma (LSS)

Criadas na busca pela redução de perdas e de erros na indústria, as metodologias Lean Manufacturing e Six Sigma apresentaram resultados tão bons que gradualmente passaram a ser aplicadas também em outros setores econômicos. Sem dúvida, ambas congregam qualidades que maximizam a eficiência e aumentam a rentabilidade. Além disso, costumam andar de mãos dadas na busca por excelência operacional e maximização da eficiência nos processos.

Aplicadas em conjunto, estão apoiadas em um tripé:

  • Ferramentas específicas: a aplicação de Lean e Seis Sigma pressupõe o uso de diferentes instrumentos e técnicas analíticas para identificar e resolver problemas na produção.
  • Processos definidos: uma estrutura de “passos a seguir” norteia como as metodologias serão aplicadas.
  • Cultura organizacional: a mentalidade da organização é tão importante para o Lean, que ele pode ser classificado como uma filosofia. Também no Seis Sigma a adequação da cultura da empresa é preponderante para obter resultados.

O Lean Manufacturing busca, acima de tudo, a redução de desperdícios. Por outro lado, o Seis Sigma está enfocado em reduzir variações e desvios, que consomem recursos. As diferenças entre Lean e Seis Sigma reúnem ferramentas analíticas e opções de soluções que otimizam processos.

Integração TLS

Integração TLS: Teoria das Restrições (TOC)

O objetivo da Teoria das Restrições é criar um processo que flui continuamente e não para de agregar valor ao produto e ao cliente. É fácil perceber como a integração TLS pode funcionar de maneira azeitada, uma vez que o LSS também trabalha com a ideia de redução de gargalos. Por meio dessa técnica, o foco é encontrar a restrição mais significativa para a produção e trabalhá-la até que deixe de existir. Assim, se reduz estoque e aumenta o ritmo de produção.

Processos complexos são uma série de tarefas vinculadas. Isso quer dizer o elo menos eficiente dessa cadeia pode impedir que um processo chegue seu objetivo. A TOC atua na identificação e eliminação dos fatores que bloqueiam o fluxo – podem ser pessoas, máquinas, procedimentos, políticas ou mesmo o design do processo.

Na TOC é importante o conceito de buffer, isto é, o estoque necessário para que o processo flua ininterruptamente. Dessa maneira, quanto mais eficiente for o processo, menor será o buffer – que nada mais significa que não “tempo”.

Os cinco passos para encontrar o foco são uma das contribuições da TOC para a integração TLS.

  1. Identifique a restrição (gargalo).
  2. Explore as melhorias possíveis com os recursos existentes.
  3. Sincronize outras atividades com a restrição para avaliar necessidades e possibilidades.
  4. Eleve a restrição, utilizando recursos externos.
  5. Repita o processo para a melhoria contínua.

Integração TLS na prática

A integração TLS é implantada como abordagem padrão para aprimoramentos contínuos do processo em toda a organização. A primeira medida é utilizar os cinco passos da TOC, o que permite que os usuários identifiquem as restrições existentes ou potenciais. Nesse estágio, as quatro primeiras etapas do Lean devem ser aplicadas para localizar desperdícios. Ou seja, é hora de localizar o valor e seu fluxo, garantindo que ele corra sem interrupções, satisfazendo o cliente. Os 5S podem ser aplicados paralelamente, para promover ordem e disciplina no processo.

Um fluxo de valor sem desperdícios simplifica atividades, diminui prazos e estoques. De fato, o próximo movimento é a implantação do Just in Time, que garante que o material não seja emitido até que um sinal saia do usuário. Como resultado, a empresa poderá desenvolver produtos ou serviços somente mediante solicitação do cliente. O foco é produzir a quantidade correta, no horário solicitado, a ser entregue no local exato.

As variáveis ​​de entrada do processo precisam executar de forma consistente e repetida com variabilidade mínima para alcançar os melhores resultados para minimizar desperdício, sucata e retrabalho. Nesse sentido, se manifestam as etapas cinco e seis do Lean, de busca da perfeição e agilidade. Por outro lado, o Six Sigma permite nesse momento que sejam identificadas e isoladas as fontes de desvio do processo. O controle estatístico do processo é uma ferramenta valiosa para monitorar e ajustar as operações. Dessa forma, a integração TLS proporciona economia de custos sem perder o foco no cliente e no processo. Vale lembrar que a melhoria precisa ser contínua: uma auditoria de processo deve ser projetada para examinar o desempenho ao longo do tempo, com planos de ação corretiva e preventiva.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista 

Imagens: Photoroyalty/Freepik e Tumisu/Pixabay