Lean no agronegócio: maior produtividade e menor custo

O agronegócio voltou a ser o centro das atenções da economia brasileira em 2017, já que apresenta ótimas oportunidades para que possamos voltar a crescer. Alcançar os melhores resultados, no entanto, depende de boa gestão e otimização de recursos, ainda mais em tempos de crise. Para auxiliar o agronegócio nessa tarefa, nada melhor que a excelência operacional por meio da metodologia Lean.

Criado na indústria, o Lean Thinking (ou “pensamento enxuto”) já demostrou sua capacidade de aumentar a produtividade e reduzir custos. Para obter essas vitórias, é preciso investir na adequação da cultura institucional à lógica Lean. Pesquisas comprovam que em muitos casos as ferramentas não funcionam por falta de adesão ou utilização incorreta. Mais que implantar sistemas, é preciso mudar a forma de pensar, e isso pode ser ainda mais essencial no agronegócio.

O agribusiness avança rápido em novas tecnologias e técnicas agronômicas, mas ainda enfrenta dificuldades de gestão. Esses desafios tiram o foco das operações e travam o aumento de produtividade. Com aplicação do Lean, descobriram-se agronegócios em que 95% do tempo era aplicado em atividades que não agregavam valor ao cliente. Essa dispersão é consequência da falta de processos, fluxos e controles.

Princípios e ferramentas associadas ao Lean Thinking são de extremo valor no campo. Especialmente para os agronegócios que trabalham com produtos perecíveis e dependem de forte estrutura logística ou tecnológica. São muitas as oportunidades de melhoria, e todas elas começam pelo estabelecimento de processos. Mapear o fluxo de valor para o cliente também é fundamental para priorizar e economizar recursos. Essas atividades exigem que os gestores e colaboradores estejam inicialmente dispostos a adotar a cultura Lean.

Mapeamento Lean no agronegócio

De nada adianta implantar ferramentas se elas não forem utilizadas de forma a extrair o máximo de resultados. Nem sempre o que tem valor para o cliente é o que hoje é valorizado pelas pessoas do agronegócio. Por isso, o engajamento para a mudança precisa estar fortemente disseminado, partindo da liderança.

O que o mercado consumidor espera de seu produto ou serviço? Qual os atributos desejados de qualidade, preço, volume, entrega? São essas respostas que vão indicar o caminho a seguir. E isso se aplica a todos os setores: agricultura, carne, leite, insumos, equipamentos, serviços. A partir dos atributos desejados, deve-se buscar a forma mais eficiente de alcançá-los. Se o cliente quer pagar menos, é preciso reduzir custos. Se ele busca qualidade, há que se incrementar o produto. Se o problema é prazo, a mira é produção e logística.

O próximo passo para ajustar as operações à demanda do mercado é identificar os processos necessários. Como se pode oferecer o atributo desejado? O que fazemos hoje para atingi-lo? Onde estão os gargalos e dificuldades? O fluxo de produção, se bem desenhado e monitorado, vai apontar as respostas. O agronegócio muitas vezes está ancorado em costumes antigos e intuitivos, que nem sempre dão conta do mercado atual. É preciso recorrer à definição e acompanhamento de processos e fluxos para garantir as respostas corretas. Também é primordial escutar, tanto cliente quanto colaboradores, sobre os possíveis obstáculos na produção.

Acompanhe o produto ao longo de toda a cadeia para descobrir onde é possível aportar melhorias. Aferições e controles precisam ser realizados em prazos curtos. Assim o acompanhamento da produção vai propiciar a localização imediata de dificuldades que possam afetar os resultados esperados.

Solucionando gargalos

A partir das dificuldades encontradas, cabe buscar as soluções. Muitas delas passam por treinamento das equipes para a melhoria contínua, já que essa é uma metodologia de uso permanente. A cultura organizacional precisa estar voltada para isso, de forma a encontrar todos os dias uma possibilidade de fazer mais com menos.

Entre os princípios do Lean, se destaca aqui o de “produção puxada”. Ele indica que a empresa deve trabalhar a partir da demanda do mercado, reduzindo estoques. Esse princípio está fortemente vinculado com o agronegócio voltado à produção in natura. Indicadores internacionais apontam que o desperdício de comida é uma das principais fragilidades na área.

A gestão do tempo em cada processo é uma das principais vantagens do Lean, extremamente útil para o agronegócio. Atender aos clientes de forma ágil é uma maneira de evitar a perda de estoques. Isso aumenta a satisfação do consumidor e também diminui gastos. É preciso sempre ter cuidado nas medidas de redução de custos: às vezes, são feitas no processo errado. Se economizam alguns reais em um processo de transporte – e se perdem vários com o atraso na entrega.

O agronegócio não é fundamental apenas para a economia brasileira. É também a base de quase todas as indústrias, de nossa alimentação, de nossas próprias vidas. Buscar a excelência operacional no agribusiness é garantir um futuro mais saudável para todos.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagens: Jester Maroc e CJ/Pixabay

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