Energia e mobilidade são temas centrais nas smart cities

Smart cities e a excelência na gestão urbana

Cidades inteligentes, sustentáveis, digitais, smart cities. Cada nome pode levar a diferentes conceitos, mas todos eles convergem em um ponto: excelência operacional. As smart cities fazem mais, melhor, com menos; unem produtividade com eliminação de desperdícios, de maneira horizontal. Claro, a serviço da eficiência vem a tecnologia, utilizada coerentemente com os objetivos urbanos e o bem-estar da população.

Lavadoras de roupas de acionamento automático, que ligam e desligam de acordo com os períodos de pico de energia. Câmeras que detectam situações suspeitas e disparam avisos para a unidade policial mais próxima. Resíduos destinados diretamente de casas e empresas para sistemas subterrâneos que fazem o descarte adequado – sem caminhões de lixo. Eletricidade gerada por crianças enquanto brincam no parquinho.

Se tudo isso parece um pouco futurístico, fique atento, que o futuro pode atropelar você ali na esquina. A cidade de Songdo, na Coreia do Sul, já colocou em prática os benefícios do planejamento urbano associado à IoT. Um exemplo é o sistema pneumático de gestão de resíduos, que são sugados por canos pressurizados, automaticamente separados e reciclados. Nas ruas, por outro lado, sensores acompanham a velocidade e o fluxo de veículos para controlar o tempo dos semáforos. Embora o projeto coreano apresente atrasos para seu pleno funcionamento, as tecnologias lá delineadas dão uma ideia do que a próxima década reserva para nossas cidades.

As smart cities já encontram seus primeiros passos mesmo em território nacional. Desde os projetos inaugurados pelas distribuidoras de energia no início da década até a “primeira cidade inteligente social do mundo” (veja vídeo abaixo), o Brasil gradualmente está se adequando a esse movimento. Além disso, mais que uma tendência, essa é uma necessidade para enfrentar desafios gigantescos como a superpopulação e a emissão mundial de carbono.

A energia solar nas smart cities

Energia é um dos principais aspectos na mira das smart cities. Entre as bases de planejamento das cidades inteligentes, eficiência energética, geração distribuída e veículos elétricos têm lugar de destaque. Consequentemente, a energia solar é a menina dos olhos desse sistema. Não é à toa que Elon Musk, multimilionário dono da Tesla, está apostando em painéis solares em forma de telha.

O uso da energia solar pode se dar em aparatos simples, como os de aquecimento de água para o chuveiro. Nesse caso, o calor do sol é usado diretamente para aquecer a água, sem a necessidade de células fotovoltaicas. O sistema pode ser de grande valor para o setor hoteleiro e para condomínios.

É nos painéis fotovoltaicos, no entanto, que reside o maior poder da energia solar. Entre as smart cities, destaca-se a Fujisawa Sustainable Smart Town, criada pela Panasonic no Japão. Todas as casas da cidade possuem painéis solares integrados ao telhado, sendo um dos pilares do empreendimento. Além de produzir energia limpa, a iniciativa ajuda a conscientizar os moradores, que podem acompanhar em tempo real seu consumo.

Nesse sentido, para as empresas, além de ser ecoeficiente, a energia solar apresenta inúmeras vantagens. Reduz a conta de eletricidade, funciona como marketing e ainda pode tornar o empreendimento um produtor de energia. A geração distribuída, já regulamentada no Brasil, pressupõe que cada consumidor pode ser também gerador. A energia não utilizada no negócio ou residência é direcionada para a rede, se transformando em créditos no sistema.

Além de medidores bidirecionais, as smart grids, itens essenciais nas smart cities, podem utilizar IoT para economia de energia. No Brasil, os principais investimentos relacionados às tecnologias para cidades sustentáveis estão focados nas smart grids. Medidores inteligentes registram dados de consumo e permitem que governo e consumidores utilizem melhor os recursos.

Entre as smart cities, Fujisawa se destaca pelo uso de energia solar

Nas smart cities, o foco é nas pessoas

Nosso planeta é uma estrutura extremamente complexa, que funciona de forma integrada e harmônica. Não há desperdício na natureza: tudo que é rejeitado por um organismo é utilizado por outro, há alimento para todos. A humanidade vem desequilibrando essa estrutura perfeita… ou seja, nos sobra lixo e nos falta energia. A lógica das smart cities vai em busca dessa perfeição e harmonia, projetando sistemas autossustentáveis que sejam capazes de dar conta de suas necessidades e de seus resíduos.

Entre os aspectos que as orientam, também está o da governança. A transformação digital faz da cidade um corpo vivo que pode ser monitorado por nossos smartphones. No projeto da Smart City Laguna, no Ceará, os moradores acompanham não apenas a energia que consomem em suas residências. Sabem também o quanto a cidade consome. Por conseguinte, isso significa um avanço inimaginável em termos de controle público e de cidadania.

Obviamente, os benefícios financeiros também são considerados. Assim como na energia solar, que apresenta redução de custos ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente. Ou seja, é com esse olhar, de economia e de qualidade de vida, que precisamos encarar o futuro.  Estarmos atentos ao que as pessoas querem e precisam para viver melhor. Ninguém quer ser a próxima Kodak, não é mesmo? Em um exemplo mais próximo, ninguém quer ser uma central de radiotáxi ou uma empresa de telefonia fixa.

A Google, que não costuma ficar para trás em seus investimentos, também está de olho nas smart cities. O projeto da gigante tecnológica foi iniciado em Toronto e está dando o que falar. E você? Já pensou em como sua empresa vai estar integrada às novas cidades da próxima década? Mobilidade, energia, transportes, água, governança – são vários os fatores que vão decidir o futuro. Não perca o trem da história!

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagem: Nathaniel Parker/Pixabay