Tecnologia agrícola é fundamental para economia

Tecnologia agrícola é fundamental para o Brasil

O agronegócio representa hoje cerca de 21% do PIB brasileiro e é responsável por metade das exportações do país. Com isso, tem forte influência no saldo positivo na balança comercial. Clima, recursos naturais e disponibilidade de terras nos colocam em destaque no mercado internacional, ainda com forte potencial de crescimento. Assim, o avanço da tecnologia agrícola é fundamental para que se estabeleçam estruturas sólidas nesse setor.

De fato somos, nos últimos anos, o maior exportador global de açúcar, café, suco de laranja e soja. Além disso, projeções indicam que teremos o maior incremento de oferta global de alimentos nos próximos dez anos. Nessa perspectiva, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar ocorrendo com base na produtividade. Segundo o relatório Projeções do Agronegócio – Brasil 2018/19 a 2028/2029, do Ministério da Agricultura, nos próximos dez anos a produção brasileira de grãos deve crescer 26,8%, enquanto a área plantada somente 15,3%.

Como é possível que o crescimento da produção seja quase o dobro que o de área plantada? Sem dúvida, por meio de tecnologia agrícola. Com uso crescente em território nacional, ela já auxilia nos bons resultados do setor. As projeções indicam que em 2019 teremos a segunda maior safra de grãos do país, estimada em 236,7 milhões de toneladas. O valor bruto da produção é de R$ 600,9 bilhões, abaixo apenas do de 2017, de R$ 604,2 bilhões. Ou seja, o segundo maior da série iniciada em 1989.

Inserção internacional depende de tecnologia agrícola

O desempenho econômico do campo brasileiro está atrelado ao mercado internacional. Conforme o relatório do Ministério da Agricultura, o conflito entre Estados Unidos e China, devido à imposição de tarifas de importação por parte de ambos os países, traz incerteza ao setor. A situação pode se estender e ainda não é possível fazer uma avaliação completa dos impactos. Outro aspecto que também terá influência no agronegócio é o Acordo Mercosul – União Europeia, anunciado em junho.

O que já se sabe é que em 2019 as exportações vão render menos do que no ano passado. Ainda que prejudicado pelo clima e pela greve dos caminhoneiros, o agronegócio brasileiro exportou US$ 102 bilhões e importou US$ 14 bilhões em 2018, gerando um saldo de US$ 88 bi, o maior da história. Por outro lado, em 2019 as exportações deverão ser pelo menos US$ 8 bilhões inferiores. A principal queda nas exportações vem do complexo soja.

Dessa forma, a tecnologia agrícola se torna fator imprescindível para garantir êxito no mercado internacional. O agribusiness brasileiro, assim, poderá superar desafios históricos, como redução de custos, aproveitamento de recursos, infraestrutura de escoamento e sistemas de gestão.

Por outro lado, o uso de business intelligence no campo é um caminho para a excelência operacional. Mais da metade das agritechs oferece soluções de suporte à decisão. A tecnologia agrícola, primordialmente, deve ser utilizada de forma coerente com a estratégia da organização. Dessa maneira, vários setores relacionados ao agronegócio brasileiro poderão também apresentar crescimento. É o caso de serviços financeiros, seguros, consultorias agrícolas e ambientais, entre outros.

Tecnologia agrícola é fundamental para economia

São Martinho: um caso de sucesso na tecnologia agrícola

Embora mantenha o volume de exportações, o açúcar brasileiro apresenta queda nas receitas, em razão da redução dos preços no mercado internacional. Nesse sentido, aumentar a produção e diminuir custos é uma prioridade para o setor.

Atenta a esse cenário, a Usina São Martinho se destaca na inovação no campo. Em 2018, a empresa anunciou a criação de um hub de inovação aberta para atender demandas internar e acelerar startups. Também, perante a falta de serviços de internet no campo, a São Martinho iniciou em 2015 uma parceria com o Centro de Pesquisa em Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para estabelecer um ambiente 4G próprio em todas as suas usinas.

Serão R$ 40 milhões investidos até 2020 para contar com a infraestrutura de telecomunicações nas quatro usinas do grupo. Com o intuito de monitorar as atividades do campo em tempo real, equipamentos com internet 4G foram instalados nas máquinas da usina, com transmissão de dados para a sede.

O envio dos dados, em tempo real, é feito por terminais veiculares inteligentes. Além disso, a solução implantada assegura interoperabilidade para diversas aplicações, com integração das tecnologias agrícolas. São computadores de bordo, piloto automático, drones, softwares e sistemas de controle de dados.

Os investimentos incluem desenvolvimento de softwares que analisam os dados e previnem problemas. A estimativa do grupo é gerar R$ 60 milhões por ano com redução de custos e aumento da produtividade.

Efeitos paralelos

A implantação da tecnologia agrícola avançada inclui aplicações de Internet das Coisas (IoT) criadas especificamente para esse segmento do agronegócio. A rede banda larga móvel privada foi otimizada para áreas rurais e remotas e provê conectividade ampla no campo. Desse modo, a empresa superou a escassez de opções de conectividade em sua área de atuação. Inegavelmente, um dos principais gargalos para a adoção de novas tecnologias no agronegócio brasileiro.

A São Martinho “acredita no potencial inovador da tecnologia para tornar mais rápidas, eficientes, seguras e rastreáveis as rotinas dos canaviais”. Segundo Fabio Venturelli, presidente do grupo:

“Na onda digital, veremos equipamentos conversando com equipamentos, mas a gestão ainda vai depender das pessoas. Hoje, as máquinas fazem o trabalho pesado sozinhas, mas dependem de um profissional que analise os dados e as manobre. A mão de obra está evoluindo com a tecnologia, e uma operação mais eficiente vai beneficiar a todos.”

Ao mesmo tempo, é perceptível que o avanço da São Martinho se dá também na gestão. A companhia conquistou no ano passado o título de Empresa do Ano no Guia de Melhores Empresas para Trabalhar. Em 2017, havia sido escolhida a melhor de seu setor. A empresa investe na capacitação dos times – em 2017, R$ 7 milhões em educação corporativa. Reunindo estratégia, tecnologia e capacitação, fica fácil entender por que a São Martinho é a maior processadora de cana do mundo.

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Edição: Svendla Chaves – jornalista

Imagens: Onlyyouqj e DJI-Agras