A lógica da Impossible Foods parece bem adequada a seu nome. O que a empresa faz é produzir alimentos à base de plantas que têm cheiro, gosto e até textura de carne. De fato, a novidade não é a produção hambúrgueres vegetarianos, nicho já explorado pelo mercado. A ideia foi transformar plantas em alimentos que mantém a essência dos pratos produzidos com produtos animais sem, no entanto, causar poluição e abate. Tecnologia sustentável aplicada à prática mercadológica do agronegócio.
No Brasil, a Fazenda do Futuro segue o mesmo caminho com o Futuro Burger. Lançado em 2019, mais do que conquistar veganos e vegetarianos, o produto tem o objetivo de servir aos carnívoros. Segundo seus fundadores, a intenção é concorrer com o mercado de carnes oferecendo uma alternativa mais saudável e sustentável. A primeira “foodtech” brasileira destaca a ausência de sofrimento animal em sua produção, bem como o menor impacto ambiental.
Sem dúvida, sob o ponto de vista do agronegócio, esse é apenas o começo de uma nova era de tecnologia sustentável. Se precisamos alimentar uma espécie em rápida expansão em um planeta com recursos limitados, inegavelmente precisamos redimensionar o suprimento de comida. Para evitar o desabastecimento, uma das soluções tem sido a produção de alimentos geneticamente modificados de alta tecnologia. Tem gente até produzindo carne com impressora 3D!
No caso da Impossible Foods, a mistura de ingredientes, que leva até hemoglobina para simular sangue, reúne componentes de grãos, verduras, sementes com gorduras e aminoácidos. Dessa forma, são produzidos alimentos sem colesterol, antibióticos e hormônios típicos da indústria da carne. Por outro lado, o processo utiliza menos recursos naturais.
A importância da tecnologia sustentável no Brasil
Nas últimas semanas, empresários e investidores se manifestaram pública e protocolarmente contra o desmatamento na Amazônia. Esses movimentos denotam a imagem negativa do país no exterior em relação às questões socioambientais e, consequentemente, seu impacto nos negócios brasileiros. Nem todos, entretanto, se queixam: milhares de hectares da Amazônia estão sendo desmatados todos os anos para criar áreas de pastagem de gado e fornecer carne para os mercados mundiais.
Primeiramente, não se pode negar que o agronegócio tem um lugar respeitável como agente de desenvolvimento econômico. Além disso, mesmo com a pandemia, o setor se configura como motor de recuperação da economia brasileira. Foi o único setor da economia brasileira que teve resultado positivo do primeiro trimestre de 2020.
Dessa forma, como frear o desenvolvimento do setor em prol do meio ambiente? É por meio da tecnologia sustentável que a indústria pode superar seus desafios. Como afirmou Roberto Rodrigues no Estadão, “não temos que optar entre desenvolvimento e sustentabilidade”. Fora dos absurdos ambientais cometidos na Amazônia e em outras partes do país, apresentamos destaques na pecuária sustentável, na integração lavoura-pecuária-floresta, na redução de emissões. É esse caminho que precisamos seguir.
Tecnologia sustentável na prática
“A NotCo é uma companhia que surge da tensão de um sistema alimentar que não é viável para sete bilhões de pessoas. Ao mesmo tempo que existe uma preocupação com animais, poluição e meio ambiente, as pessoas não querem mudar aquilo que comem. Existe uma relação emocional com a comida.” A declaração é de Luiz Augusto Silva, chefe da operação brasileira da NotCo, empresa chilena que utiliza a inteligência artificial para recriar alimentos de origem animal utilizando vegetais.
Os produtos da NotCo estão desde dezembro de 2019 nas prateleiras dos brasileiros. Contudo, a empresa chegou antes por aqui. O sabor e a textura dos produtos são adaptados para a preferência de cada país. Por meio da inteligência artificial, o algoritmo entende a estrutura molecular do sabor desejado e procura em sua base de dados combinações vegetais para gerar um similar. É a máquina que sugere os ingredientes e as proporções.
Enquanto alguns procuram aromas, sabores e texturas, outros querem exatamente o contrário. Inodoro, insípido, incolor… invisível! Assim é o produto da Apeel Sciences, empresa estado-unidense que se tornou o mais novo unicórnio do mercado alimentício em junho. A agtech produz uma “capa” para ampliar a vida útil de frutas e legumes e reduzir o desperdício. A empresa captou US$ 250 milhões em uma rodada de investimentos e é avaliada em US$ 1 bilhão.
Visível ou invisivelmente, com mais ou menos sabor, a tecnologia sustentável dá as bases para o desenvolvimento do agronegócio. Sem dúvida, o Brasil vai precisar de muita tecnologia, sustentabilidade e suor para superar os momentos difíceis. Que seja da forma mais inteligente possível.
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Edição: Svendla Chaves – jornalista
Imagem: Pixabay
Profissional de Excelência Operacional e Business Intelligence!
Sou um eterno aprendiz ou seja um pseudo-Engenheiro e Administrador de Empresas, embora nunca tenha sido um exemplo de “excelência” em Matemática, ao longo dos anos passo a maior parte do meu tempo tentando aprender a mesma e, particularmente, a estatística uma vez que, salvo muito engano, é ela que rege nossas vidas na busca da Excelência seja como pessoa ou como profissional.